Dizem que o coração do brasileiro não bate, batuca. É uma brincadeira que carrega uma verdade: a percussão brasileira desempenha um papel fundamental na música e cultura geral do nosso país.
Extremamente rica e diversificada, possui complexidade rítmica e uma multiplicidade de instrumentos. Isso se deve a influências culturais variadas, provenientes de diferentes regiões do Brasil e da mistura de diferentes tradições.
Em sua origem, nosso caldeirão rítmico mistura sons e costumes dos povos indígenas nativos do continente com a música trazida pelos escravos africanos. Adicione a isso a música popular dos marinheiros europeus, a música oriunda da corte portuguesa (europeia, de modo geral) e, ainda, a música tocada nas igrejas.
A percussão brasileira não está presente só na música, mas também é essencial nas práticas religiosas de matriz africana, como o candomblé e a umbanda, onde os tambores e outros instrumentos acompanham os rituais e invocam deuses e espíritos.
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Os instrumentos da percussão brasileira
A música brasileira utiliza percussão em diversos gêneros como, por exemplo, samba, choro, forró, maracatu, axé e frevo, entre outros. Por isso, possui instrumentos bastante variados. A seguir, você conhece os principais:
Surdos e tambores
Com diferentes tamanhos, eles fornecem a base rítmica e a pulsação da música. O corpo do instrumento é geralmente de forma cilíndrica.
O material do corpo poder ser alumínio, madeira ou resina, e a pele (membrana que será percutida) pode ser de origem animal ou sintética. Exemplos incluem o surdo, o repinique, a zabumba, o rebolo e o tamborim.
Atabaques e tambores afro-brasileiros
Estes instrumentos têm origens nas tradições musicais dos povos africanos. São percutidos diretamente com as mãos.
Agogôs e chocalhos
São instrumentos de metal ou madeira que produzem sons cintilantes e cortantes. O agogô é um conjunto de duas campânulas de diferentes tamanhos.
Os chocalhos possuem o corpo de vários materiais, como cabaças, sementes ou cápsulas metálicas. Alguns exemplos do grupo dos chocalhos: afoxés, ganzás, caxixis, maracás, xequerês.
Reco-reco
Vindo da África, esse instrumento produz seu som pela raspagem de uma vareta ou baqueta em seu corpo. A princípio era de madeira e hoje o reco-reco típico é de metal, com molas de aço esticadas no tampo. Ouvimos o reco-reco no samba e no pagode.
Pandeiro
Originário da península ibérica, ele chegou e se espalhou pelo Brasil no final do século XIX. É um instrumento de percussão semelhante a um tamborim, mas com platinelas (pequenos pratos de metal) presos ao aro, o que lhe confere um som característico. Diferentes gêneros musicais brasileiros usam o pandeiro, como o samba, o choro e o forró.
Cuíca
É um instrumento de som único e característico, consistindo de um bastão inserido no interior de um tambor com uma haste flexível que produz um som distintivo de “ronco” quando a pele é friccionada.
Triângulo
Ainda que seja um instrumento simples, o triângulo tem uma presença marcante na música nordestina e brasileira em geral. É comum em gêneros como o forró e o baião.
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Técnicas da percussão brasileira
Assim como os instrumentos de percussão são diversos, as técnicas de execução de percussão também são. Dentro do contexto da percussão brasileira, temos algumas técnicas ou práticas bastante específicas.
Podemos agrupar essas técnicas em três conjuntos principais: de baquetas, de mãos e de pandeiro.
A princípio, destacamos o manuseio de baquetas. Técnicas para manusear baquetas são estudadas por bateristas e percussionistas em todo o mundo. E para cada estilo musical há instrumentos específicos e, portanto, técnicas específicas.
Instrumentos como caixa, surdo, alfaia (do Maracatu) e zabumba, por exemplo, possuem baquetas próprias, com tamanhos e formas exclusivas. Isso cria a necessidade de que cada um desses instrumentos seja tocado de uma forma única.
Outra técnica é o uso das mãos. Usar as mãos para criar batidas em tambores, sejam eles do tipo que forem, também não é algo aleatório: há diversas técnicas para fazer isso.
Na música brasileira temos diferentes golpes e batidas para criar o colorido da nossa percussão. Desde golpes chamados baixos (graves), até golpes agudos (como tapas), passando pelos médios, os chamados golpes abertos.
Por fim, existem técnicas específicas de pandeiro. A versatilidade desse instrumento de percussão e sua capacidade de emitir sons graves, médios e agudos faz com que haja uma série de detalhes em seu aprendizado.
Alterando a força do golpe, o local da batida, a superfície de contato da mão com a pele do pandeiro (desde a ponta dos dedos até a palma toda da mão) o som produzido irá variar.
Para finalizar, podemos perceber o quanto a percussão brasileira é poderosa e multifacetada. Ela é a expressão viva da diversidade cultural do país, sendo uma parte intrínseca da identidade musical do Brasil.
Nossa percussão é uma forma poderosa de conexão com nossas raízes históricas e culturais.